quinta-feira, 25 de março de 2010

Seduction - Capitulo 1

*Flashback*

O dia estava relativamente nublado, as pessoas iam e viam com seus equipamentos sem se preocupar muito com as outras, o set, que estava localizado no centro de Londres, chamara atenção de muita gente, era o quarto dia de gravação do filme “Harry Potter e as Relíquias da Morte” e ele já se sentia exausto. “Quando isso vai acabar mesmo?” Não que não gostasse das filmagens, pelo contrário, estava cada vez mais triste por tudo está de fato acabando. Provavelmente seria a última vez, pelo menos em trabalhos, que veria Emma e Daniel, mas por outro lado, aquela rotina o estava deixando cada dia mais cansado, desapontado e estressado. E quem sofria com tudo isso era Marie...

“Ah, Marie” suspirou ele, há quanto tempo não à via mesmo? Algumas semanas... E estavam morando juntos. Rupert fez questão de trazê-la para Londres, não gostava muito de namoro a distância e ainda mais com a vida que levava.

Marie Le Blanc era uma jovem modelo que no auge dos seus vinte e três anos fazia um incrível sucesso na França, se conheceram quando fizeram um ensaio fotográfico para Vogue Paris. Entre uma conversa e outra o interesse cresceu, algumas idas a bares, encontros, jantares e já iam quase três anos juntos... “Na verdade, dois anos, sete meses e vinte e cinco dias” Rupert admirava a forma como ela conseguia lembrar-se dos números que para ele não tinha muito importância.

- Rupert, Rupert... – ele ouviu uma voz feminina, dentro dos seus pensamentos. Seria Marie? – RUPERT! – Emma deu um puxão no braço do amigo, fazendo-o voltar a si. – Onde estava? .

- Aqui, ora essa! – Respondeu um tanto irritado.

- Não parecia. – disse a moça prontamente. – Tem dez minutos que Yates fala contigo e você nada de responder, achamos que entrou em colapso. – Ela riu.

- Estou quase entrando, Emma. Acredite em mim.

- Bem, vamos dar uma pausa agora, até que o Sr. Grint resolva voltar a Terra. – A voz do diretor soou grave, mas de longe aquilo era uma bronca. Uma das coisas que Rupert mais gostava era o fato de que Yates parecia mais um pai do que diretor.

- Preciso comer alguma coisa. – Disse ele a Emma e Daniel que o seguiram.

- Cara você anda muito distante! Problemas com a Marie? – Perguntou Daniel entrando em uma pequena tenda montada a uma quadra da locação.

- Não. A Marie é ótima, na verdade acho que estou cansado. – Ele segurava um copo plástico com água, distraído como sempre e não notou que alguém estava vindo em sua direção.

- Ai! – A voz de ambos ecoou na tenda.

- Minha nossa o que está acontecendo aqui?! – A produtora Lilly entrou no lugar correndo.

- Foi minha culpa Lilly. – Disse a moça. – Por favor, me desculpe. – Voltou-se para Rupert com os olhos marejados de lágrimas.

- Não... – Disse ele meio sem jeito. – Tá tudo bem, olha nem molhou muito minha roupa, nem tinha tanta água assim, não se preocupa. – Ele tentou de todas as formas fazer com que a garota se acalmasse, quando isso aconteceu, teve a oportunidade de observá-la.

- Cecilie... – Lilly ia começar a dá bronca nela quando Rupert a interrompeu...

- Lilly a culpa não foi dela, o culpado foi eu, estava distraído. Dan está de prova.

- Sim, Lilly... Na verdade ele anda muito distraído. - Comentou Daniel.

- Mesmo assim! Já é o terceiro momento de distração dela, primeiro quase derruba o pobre Gary, depois por pouco não atropelou um dos Phelps e agora isso?! – Lilly parou de falar rapidamente no exato momento que a moça se rompeu em lágrimas. Estava dando tudo errado.

Cecilie Le Broux era a nova contrata da Warner para trabalhar na produção do filme, não necessariamente na produção, ela era mais uma espécie de quebra galho do que um membro da produção. Naquele dia tudo parecia está começando a dá errado, estava trabalhando havia duas semanas e por mais profissional que tentasse ser não conseguia muita coisa.

Estava morando sozinha em Londres era uma experiência nova, como filha mais nova sempre fora mimada demais pelos pais e agora sentia muita falta deles. “Eu sou uma inútil” pensou enquanto as lágrimas brotavam dos seus olhos, Lilly já tinha avisado, mas um deslize ela cairia fora, o significava voltar para Marsellia, para a casa dos pais, para a faculdade que cursava e para a sua vida monótona.

- Ei moça... – Rupert balançava os ombros dela. – Não se preocupe Lilly não vai fazer nada contigo. – Ele sorriu e pela primeira vez naqueles quinze minutos pôde olhá-la dentro dos olhos.

Ela era simplesmente linda, diferente de Marie, Cecilie possuía uma beleza única, simples, seus olhos azuis pareciam o céu do amanhecer, os longos cabelos loiros eram tão sedosos que pareciam que eram de mentira. Ela forçou um sorriso e ele teve que se segurar para não abraçá-la. Estaria enlouquecendo? Como assim sentirá o desejo de abraçar alguém que mal conhecia?

- Nunca consigo fazer nada certo. – Ela sorriu entre as lágrimas. Daniel, que também ficou muito impressionado com a beleza da moça, notou que o amigo estava hipnotizado por ela e ofereceu-lhe um lenço.

- Tome pegue. – disse ele. – Não ligue para Lilly, ela vive em eterna TPM. – Ambos riram, até Rupert que com um empurrão discreto de Daniel saiu do transe.

- É! – disse ele – Ela é meio louca.

- Ok! – Não falou muito, apenas limpou os olhos ainda marejados, agradeceu a Daniel pelo lenço e saiu sob o olhar interessado de Rupert.

- Ela é muito bonita não é? – Perguntou Daniel já conhecendo o olhar do amigo.

- Sim. – Foi à única coisa que conseguiu dizer, tinha certeza que se comentasse mais alguma coisa Dan iria usar aquilo contra ele.

- E então rapazes, vamos voltar?! – Emma aproximou-se dos dois sorridente. Concordaram e logo se juntaram a equipe de gravação.

As gravações transcorreram até tarde da noite quando todos estavam tão exaustos que só em pensar cansava. Rupert estava agora muito mais desanimado, iria voltar pra casa e passar mais uma noite sozinho. Marie tinha viajado para o Brasil a trabalho.

Colocou a mochila nas costas, despediu-se dos amigos e foi até o estacionamento. Enquanto acionava o alarme do carro notou uma silhueta feminina parada próximo a aquilo que seria uma parada de ônibus. “Quem iria conseguir ônibus uma hora dessas em Londres?” pensou ele e por instinto se aproximou da moça.

Cecilie estava começando a ficar agoniada, estava parada ali há quase duas horas e nenhum ônibus tinha passado, todas as noites eram daquele jeito, todas elas, passava quase duas horas esperando o ônibus e quando não passava tinha que pagar caríssimo por um táxi. Londres era realmente complicado e era exatamente nesses momentos que sentia falta de Marsellia.

Rupert aproximou-se um pouco mais e reconheceu aquela cabeleira loira. Cecilie, respirou fundo e foi falar com ela.

- Oi. – Cecilie deu um pulo de susto, não esperava ninguém ali, sem pensar fechou o punho para acertá-lo em cheio. – Ei calma! – Ele gritou segurando a mão dela. Ela por sua vez, esperava por qualquer pessoa menos ele.

- Oh meu deus! – Rapidamente baixou a mão e corou. – Desculpa, desculpa...

- Ora, por favor! – Ele sorriu. – Acho que não fomos devidamente apresentados.

- Levando em consideração que nossos últimos encontros tem sido desastrosos. – Ambos riram. – Cecilie, Cecilie Le Broux.

- Rupert, Rupert Grint. – Ele estendeu a mão e seus olhos involuntariamente se encontraram.

Os olhos deles eram tão azuis quanto os dela, e ela não deixou de observar isso. Depois do desastroso encontro que tiveram naquele dia, Cecilie não conseguiu para de olhá-lo, quando não estava muito atarefada, juntava-se a multidão apenas para olhá-lo. Ele era realmente lindo.

- Acho que você não vai conseguir mais pegar ônibus. – disse ele quebrando o silêncio.

- É sempre assim. – Comentou ela.

Calaram-se novamente. E ela olhou para o relógio. – É pelo jeito, vou ter que pagar táxi de novo.

- Hum... Posso te dá uma carona se quiser.

- Não! Não quero incomodar você.

- Não será incomodo, moro aqui perto...

- Mas eu não. – Interrompeu ela. Ele a fitou novamente. – Wimbledon é perto pra você? – perguntou irônica.

- Hum... Pensando bem, não. – Ambos riram. – Mas mesmo assim, quer comer alguma coisa?

- Acho que não conseguiríamos achar nada aberto.

- Conheço um lugar. E imagino que esteja com fome. – O estomago dela a traiu, o barulho foi ouvido pelo rapaz ao seu lado.

- Ok.

Saíram em direção a uma lanchonete não muito longe dali, o lugar era pequeno e estava quase vazio, mesmo assim Cecilie ficou com um pouco de receio. E se houvesse paparazzi ali? Sabia que Rupert tinha namorada e que parecia tão apaixonado por ela, Cecilie não queria estragar aquilo.

- Não se preocupe não há paparazzis aqui. – Disse ele adivinhando os pensamentos dela.

- Não quero mais causar confusões hoje.

- As duas “confusões” que você supostamente se meteu hoje a culpa foi minha, então vou tentar amenizar. – O sorriso dele era mesmo lindo e todo o rosto dele se iluminava quando sorria. Aquilo a fez tremer.

Tinham se conhecido há pouco mais de cinco horas e ele já exercia uma atração muito grande nela, Cecilie queria de todas as formas evitar isso. Afinal ele era famoso e tinha namorada, atribuiu essa repentina atração ao fato de está só ha tanto tempo.
- Cecilie?! – A voz dele ecoou em sua mente. – Cecilie?!

- Oi! Desculpa voei! – disse ela em meio a risos.

- Notei. – Rupert sorriu também. – Então o que vai querer?

- Ah pode ser o mesmo que o seu!

- Ok. Então. – Rupert chamou o garçom e fez o pedido.

Durante a espera ficaram conversando sobre coisas corriqueiras, Cecilie contou sobre sua faculdade de cinema, o sonho de entrar em Oxford, a família que lhe fazia tanta falta e Rupert falou sobre como tinha chegado até a Harry Potter e como era apaixonado pela serie e como amava atuar nela.

- Mas ultimamente, tenho me sentido muito cansado. É estranho. – terminou ele.

- Talvez porque está chegando o fim?

- Não necessariamente por isso. De repente algumas coisas estão me deixando cansado, entediado, não sei. Preciso de uma injeção de ânimo.

- Engraçado ouvir isso de uma pessoa famosa.

- Nossa vida não é perfeita, Cecilie...

- Imagino.

O silêncio entre eles só foi interrompido pela chegada do garçom, que trazia dois enormes sanduíches suculentos.

- Espero que não tenha problema quanto a isso. – Disse ele segurando o sanduiche de uma maneira desengonçada e mordendo.

- Não, não tenho. – Ela sorriu e repetiu o gesto do rapaz.

Cecilie não deixou de observá-lo, tão normal, tão humano, tão lindo.

- O que foi? – perguntou ele notando que ela o fitava.

- Tá sujo. – Apontou ela para o canto da boca dele que estava suja.

- Onde?

- Aqui ó. – Devagar ela pegou um pedaço do guardanapo e limpou, por um momento ele sentiu o leve roçar os dedos dela em seu rosto. Fazia tempos que não sentia aquela sensação. Um forte desejo incendiou todo o seu corpo, queria beijá-la, tocá-la...
Cecilie notou a eletricidade que correu entre eles, rapidamente tirou a mão do rosto dele e novamente corou. Aquilo já não se tratava apenas de sentir-se atraída por está só, Rupert tinha algo que chamara sua atenção e naquele momento uma vontade súbita de beijá-lo veio a sua mente, mas não podia fazer isso. O que ele iria pensar? Ela não era nenhuma groupie... Mas odiava o fato de está mesmo atraída por ele.

- É melhor eu ir indo. – Disse ela, tirando a carteira da bolsa.

- Por favor, não faça isso! – A voz dele foi autoritária e ela recolocou a carteira na bolsa. – Eu te levo em casa. – Rupert chamou o garçom, efetuou o pagamento e saiu acompanhado-a. No carro o silêncio foi quase constrangedor, apenas quebrado por uma ou outra indicação que ela fazia até chegar ao pequeno sobrado que ela morava.

- É aqui. – disse ela saindo do carro, o rapaz fez mesmo. Digno de galã a acompanhou até a porta.

- Bom, espero que tenha me desculpado.

- Ah! – Ela forçou uma risada. – Rupert você nunca fez nada, eu que sou destrambelhada demais.

- Não, você não. – O sorriso dela era hipnotizante. – Obrigado por me fazer companhia.

- Não por isso. – Por um momento ela achou que fosse sonho ou coisa parecida. Quando os lábios dele simplesmente se aproximaram dos dela, num beijo longo e cheio de desejo, achou que o despertador iria tocar desesperadamente e ela teria que acordar. Mas ao contrario disso, o beijo não era um sonho, o gosto da boca dele era delicioso e ela se entregou por completo aquilo.

Rupert deslizou a mão pelo pescoço dele segurando-a com firmeza, os lábios delas tinham um gosto tão bom que ele jurou que não conseguiria desgrudar deles, Cecilie exercia um poder tão grande sobre ele que esqueceu totalmente da existência de Marie, prolongaram o beijo por mais alguns segundos que para ambos foi interminável.

- Acho que agora é a minha vez de pedir desculpas. – Ele encostou a testa dele na dela e sorriu, aquele sorriso que amoleceram as pernas dela.

- Não se preocupa. – Ela retribuiu o sorriso. – Boa Noite, Rupert. – Desvencilhou dos braços dele e entrou. Sorrindo sozinha.

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Final do primeiro capítulo. Espero que tenham gostado da surpresa. Comentem e amanha tem mais e com certeza o blog vai esta mais organizado hahaha

Beijos!

2 comentários: